"Dizem os antigos que efectivamente nos princípios da Monarquia Portuguesa ali existia apenas uma pequena casa de venda ou hospedaria, de origem árabe, e por tanto chamada Almançal, que significa hospedaria."1
Localizada na orla costeira do Concelho de Loulé, a origem da freguesia tem origem no decreto real de 6 de Novembro de 1836 quando foi suprimida a freguesia de São João da Venda e criada a freguesia de Loulé e São Lourenço de Almancil. A sede da paróquia viria a mudar em 1849 de São João da Venda para São Lourenço.
Com a criação da Quinta do Lago e o aumento do fluxo turístico direcionado para o Algarve a partir da década de 70 do século XX, que esta freguesia começa a crescer significativamente em população. Por esse motivo, em 18 de Dezembro de 1987 é aprovada no parlamento a elevação à categoria de Vila da localidade de Almancil, sendo efectivada a 1 de Fevereiro de 1988 com a publicação em Diário da República.
A ocupação do território que hoje constitui a Freguesia de Almancil remontará ao Paleolítico, tendo sido recolhidos alguns vestígios arqueológicos datados desta época. No entanto, os mais importantes vestígios arqueológicos identificados na freguesia datam do período romano, sendo reconhecidos vestígios desta época em locais como São João da Venda, Ludo e Quinta do Lago, este último com ocupação também do período islâmico.
No século XVI Alexandre Massai, ao serviço da coroa portuguesa, realiza o levantamento das fortalezas costeiras do Algarve e é a partir desse documento que se conhece a planta do forte de Farrobilhas, antiga fortificação existente na freguesia de Almancil e da qual hoje não restam vestígios, destruídos devido ao avanço da linha de costa. As visitações da ordem de Santiago, em 1565, mencionam a existência da Ermida de Nossa Senhora de Farrobilhas, atualmente destruída.
No século XVIII, a reconstrução da Ermida de São Lourenço, então arruinada, em cumprimento de uma promessa feita ao santo pela população e com a ajuda de esmolas dos fiéis, trouxe novo impulso à vida religiosa da comunidade. O templo, que quase não sofreu com o terramoto de 1755, torna-se um dos mais importantes da região, afluindo a esta igreja grande quantidade de fiéis no dia 10 de Agosto, dia de São Lourenço.
Esta é uma igreja notável sobretudo pelo revestimento azulejar, que retrata a vida do santo em oito painéis figurativos que revestem as paredes. A cúpula, totalmente forrada a azulejos da autoria de Policarpo de Oliveira Bernardes, é única em Portugal. O edifício foi declarado Imóvel de Interesse Público em 1946.
(1 - Monografia do Concelho de Loulé - Francisco Athaíde de Oliveira 1905)